Quem vê a dupla Fátima e Sueli circulando pelas ruas da Princesinha do Mar, nem imagina que, no roteiro inicial, elas andariam nos arredores da Rua da Alfândega, mais precisamente na Saara, no centro do Rio. Um empecilho colocado pela emissora acarretou a mudança, que gerou certa decepção a princípio, mas nada que não pudesse ser mudado com uma sugestão de Andrea Beltrão. “Já estávamos apegados à Saara, íamos almoçar lá toda semana! Mas aí a Andrea propôs Copacabana e nós abraçamos na hora. Eu não tinha nem argumentos para negar”, explica. “De certa forma, o universo se ampliou, porque Copacabana é mais rica do que a Saara. É onde tudo acontece, lá tem de tudo e de todos um pouco. Se você coar o Rio de Janeiro, vai resultar em Copacabana”, brinca ao autor, nascido em Niterói, que tem os dois bairros bem guardados em sua memória afetiva. “Minha mãe ia fazer compras de Natal na Saara e, quando queria ‘ver as modas’, ia a Copacabana, era o lugar chique para ela”, lembra.
Além de receber os créditos pela escolha do bairro onde a trama acontece, Andrea Beltrão influenciou a definição da personalidade da dupla de amigas que trabalha na loja de noivas. Não exatamente ela, mas Marilda, sua personagem em A grande família – série que já teve Claudio Paiva como roteirista. “Brinco que a Marilda era o balão de ensaio de Tapas e beijos. Porque, assim como ela, a Fátima e a Sueli são mulheres independentes, felizes, que trabalham e ganham seu dinheiro. Para elas, os homens só aparecem para preencher o espaço do amor”, analisa. “Adoro a ideia de falar sobre essas mulheres ‘modernas’ na TV e mostrar um pouco a minha visão do universo. No fim das contas, é da dificuldade de conciliar a vida afetiva e a profissional que saem as histórias. Até por isso, muitos relacionamentos começam no trabalho. Como é o meu caso com a minha mulher, nos conhecemos na redação do Jornal do Brasil”.
Do ambiente de trabalho também saiu o casamento de Flavinha (Fernanda de Freitas) e Djalma (Otávio Muller), a funcionária e o proprietário da loja de vestidos de noiva da série. Além do relacionamento que interfere no dia-a-dia da loja, a diferença de idade do casal tem dado do que falar, mas Claudio defende a moça que já foi definida por aí como uma “vilã sonsa”. “Essa é uma boa descrição! Mas a Flavinha é uma fofa. Ela sofre com o preconceito da Fátima e da Sueli por ser uma vendedora iniciante que, só porque casou com o dono da loja, acha que pode peitar as duas. Mas ela realmente ama o Djalma, eles são um casal apaixonado”, ressalta. “Minha intenção era fugir do clichê, de achar que ela é apenas uma garota aproveitadora. Eles se gostam de verdade, não são o único casal que aparece na série à toa”, conta.
Para os entusiastas do relacionamento de Fátima e Armane (Vladmir Brichta), uma boa má notícia: o affair de anos da vendedora não vai abandonar sua mulher. “Acho que se ele se separar, vai perder a graça. O meu grande desafio era romper o conservadorismo do público e não mostrar a amante como a vilã da história. Acho que consegui”, comemora Claudio que já preparou surpresas nada agradáveis para Jurandir (Érico Brás), o ex-marido onipresente de Sueli. “O Jurandir é um encosto. É o típico ex-marido que fica ali, rondando a Sueli, e quando aparece um pretendente, perturba a relação. Mas a partir de setembro, o Fábio Assunção vai aparecer para disputar a Sueli com ele”. É, o Jurandir vai ter que rebolar ao som da Banda Calypso.
Fonte: http://www.jb.com.br/heloisa-tolipan/noticias/2011/07/28/entre-tapas-beijos-e-picos-de-audiencia/
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