A música foi o setor que sofreu o primeiro grande impacto da revolução digital na virada do novo século. Há uma década, o que se ouvia era que a indústria fonográfica estava morta (algo que muitos diziam, naquela época, que também ocorreria com o jornal e a revista). Desde então, bandas e artistas tentam abraçar as oportunidades e os desafios criados pelo mundo aberto, colaborativo e free para conseguirem chegar perto dos fãs e ganhar dinheiro.
O que vemos hoje, em 2011, é uma profunda transformação da indústria da música. Da inovação introduzida pela banda paraense Calypso, que se lançou no mercado, na primeira metade da década passada, sem o apoio de nenhuma gravadora ao revolucionário modelo introduzido pelo Radiohead, em 2007, ao lançar o álbum In Rainbows — no inédito formato virtual no qual os fãs podiam estabelecer o preço do download de cada faixa de acordo com seu próprio critério de satisfação—, o que vimos é que a receita continua praticamente a mesma de sempre: é necessário fazer de tudo para estar perto do público.
O que muda são os ingredientes para isso. Seja nos mercados populares ou nas redes sociais. Aliás, a internet que já foi vista como uma grande vilã dessa indústria, definitivamente, foi incorporada pelas ações de marketing e divulgação de diversas bandas mundo afora. O Arcade Fire lançou seu último álbum The Suburbs por meio de um projeto chamado The Wilderness Downtown, com Google Maps e Street¬ View, criado em HTML5 pelo Google Creative Lab, e, de quebra, levou um dos Grand Prix de Cyber no último Festival de Cannes.
O Foo Fighters tocou o novo disco inteiro na internet, ao vivo, antes do lançamento oficial. E a banda inglesa Kaiser Chiefs acaba de lançar o álbum The Future is Medieval com um apelo de os fãs poderem personalizar a obra. O site da banda disponibiliza trechos de 20 faixas inéditas, das quais o consumidor escolhe suas dez preferidas e monta seu próprio tracklist, na ordem que bem desejar. A capa também pode ser customizada, a partir da combinação de vários elementos gráficos oferecidos no site. O download do álbum sai a 7,50 libras esterlinas. Ao participar da brincadeira, a versão de cada fã fica disponível e pode ser comprada por outros usuários. Em cada “venda”, a pessoa recebe uma libra de comissão.
Apesar de todas essas estratégias de marketing inovadoras, está claro que a internet continuará sendo mais vitrine do que fonte de renda. Por isso, cada vez mais, shows e grandes turnês ainda serão a maior fonte de sustento de artistas e bandas. Demanda para isso não falta, e o Brasil é um grande exemplo disso. Basta olhar a agenda de shows e festivais desse segundo semestre no País.
Enquanto isso, em Jerusalém...
Sim, nosso artista mais careta e que todo mundo adora (mas não diz a ninguém), o “Rei” Roberto Carlos, deu um show de marketing, na semana passada, ao fazer um concerto histórico na Terra Santa. Reuniu cinco mil pessoas — dos quais 1,5 mil fãs do Brasil que compraram pacotes de viagem para acompanhar o evento, virou especial da Rede Globo retransmitido a 115 países, além de DVD com tecnologia 3D. O evento ainda serviu de marketing de relacionamento para empresas que patrocinam o artista, como Nestlé e Credicard.
Sua estratégia não envolve propriamente as novas mídias, embora fãs tenham compartilhado suas emoções pela internet, em especial nas redes sociais. É a força da marca Roberto Carlos que se ressalta, neste caso, com o bom uso das velhas armas do marketing.
De todo modo, não há dúvida de que a música é uma grande plataforma para as marcas. Gera conteúdo e conexão com as pessoas. A quebra de modelos que o ambiente digital impôs a esse mercado abre espaço para iniciativas inovadoras, cujos exemplos apenas começam a surgir. Principalmente, para quem ainda não chegou ao status de “Rei”.
A música foi o setor que sofreu o primeiro grande impacto da revolução digital na virada do novo século. Há uma década, o que se ouvia era que a indústria fonográfica estava morta (algo que muitos diziam, naquela época, que também ocorreria com o jornal e a revista). Desde então, bandas e artistas tentam abraçar as oportunidades e os desafios criados pelo mundo aberto, colaborativo e free para conseguirem chegar perto dos fãs e ganhar dinheiro.
O que vemos hoje, em 2011, é uma profunda transformação da indústria da música. Da inovação introduzida pela banda paraense Calypso, que se lançou no mercado, na primeira metade da década passada, sem o apoio de nenhuma gravadora ao revolucionário modelo introduzido pelo Radiohead, em 2007, ao lançar o álbum In Rainbows — no inédito formato virtual no qual os fãs podiam estabelecer o preço do download de cada faixa de acordo com seu próprio critério de satisfação—, o que vimos é que a receita continua praticamente a mesma de sempre: é necessário fazer de tudo para estar perto do público.
O que muda são os ingredientes para isso. Seja nos mercados populares ou nas redes sociais. Aliás, a internet que já foi vista como uma grande vilã dessa indústria, definitivamente, foi incorporada pelas ações de marketing e divulgação de diversas bandas mundo afora. O Arcade Fire lançou seu último álbum The Suburbs por meio de um projeto chamado The Wilderness Downtown, com Google Maps e Street¬ View, criado em HTML5 pelo Google Creative Lab, e, de quebra, levou um dos Grand Prix de Cyber no último Festival de Cannes.
O Foo Fighters tocou o novo disco inteiro na internet, ao vivo, antes do lançamento oficial. E a banda inglesa Kaiser Chiefs acaba de lançar o álbum The Future is Medieval com um apelo de os fãs poderem personalizar a obra. O site da banda disponibiliza trechos de 20 faixas inéditas, das quais o consumidor escolhe suas dez preferidas e monta seu próprio tracklist, na ordem que bem desejar. A capa também pode ser customizada, a partir da combinação de vários elementos gráficos oferecidos no site. O download do álbum sai a 7,50 libras esterlinas. Ao participar da brincadeira, a versão de cada fã fica disponível e pode ser comprada por outros usuários. Em cada “venda”, a pessoa recebe uma libra de comissão.
Apesar de todas essas estratégias de marketing inovadoras, está claro que a internet continuará sendo mais vitrine do que fonte de renda. Por isso, cada vez mais, shows e grandes turnês ainda serão a maior fonte de sustento de artistas e bandas. Demanda para isso não falta, e o Brasil é um grande exemplo disso. Basta olhar a agenda de shows e festivais desse segundo semestre no País.
Enquanto isso, em Jerusalém...
Sim, nosso artista mais careta e que todo mundo adora (mas não diz a ninguém), o “Rei” Roberto Carlos, deu um show de marketing, na semana passada, ao fazer um concerto histórico na Terra Santa. Reuniu cinco mil pessoas — dos quais 1,5 mil fãs do Brasil que compraram pacotes de viagem para acompanhar o evento, virou especial da Rede Globo retransmitido a 115 países, além de DVD com tecnologia 3D. O evento ainda serviu de marketing de relacionamento para empresas que patrocinam o artista, como Nestlé e Credicard.
Sua estratégia não envolve propriamente as novas mídias, embora fãs tenham compartilhado suas emoções pela internet, em especial nas redes sociais. É a força da marca Roberto Carlos que se ressalta, neste caso, com o bom uso das velhas armas do marketing.
De todo modo, não há dúvida de que a música é uma grande plataforma para as marcas. Gera conteúdo e conexão com as pessoas. A quebra de modelos que o ambiente digital impôs a esse mercado abre espaço para iniciativas inovadoras, cujos exemplos apenas começam a surgir. Principalmente, para quem ainda não chegou ao status de “Rei”.
Fonte: Meio e Mensagem
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