sábado, 12 de novembro de 2011

Nao Posso Negar Que Te Amo Sera Regravada

O brega de ontem é o cult de hoje. O cantor e compositor pernambucano Reginaldo Rossi é a maior prova dessa máxima. Depois de fazer sucesso nos anos 1960 e 1970 com músicas como ‘Mon amour, meu bem, ma femme’ [devidamente adaptada por Raul Seixas em "Tu és o MDC da minha Vida"] foi tratado com desdém pela turma da MPB e do rock nos anos seguintes.

Só não caiu no ostracismo porque, de volta a Recife, manteve a popularidade e tornou-se uma espécie de Roberto Carlos do Nordeste. Porém, graças à geração ‘mangue bit’, que o idolatra, e ao sucesso repentino da canção "Garçom", a carreira de Rossi ressuscitou no sul maravilha.

Nestes tempos em que a breguice está em alta em todo o país, Reginaldo é rei. E muitos de seus súditos querem a sua bênção para conseguir um lugar ao sol. Um bom exemplo disso é a dupla ribeirão-pretana Vini, 21, e Gabriela, 17, que acaba de ser apadrinhada pelo mestre nordestino.

Rossi esteve em Ribeirão Preto para participar das gravações do novo CD dos meninos que, claro, vai ter o nome da canção de trabalho "Não posso Negar que Te Amo". Trata-se do sucesso do pernambucano com a banda Calypso que ganha uma versão ‘sertaneja universitária’.

"Foi primeiro lugar no Norte e Nordeste e pela amizade que tenho com o Chimbinha e com a Joelma, foram de uma gentileza maravilhosa e cederam a música", informa Reginaldo.

Lua de Mel

O cantor gostou tanto da jovem dupla local que resolveu fazer o mesmo. Cedeu os direitos da canção "Em Plena Lua de Mel", um clássico que trata do adultério nupcial.

"Quando cheguei aqui e conheci os garotos, me empolguei e resolvemos também passar essa música. Ficou ótima, do jeito que eu quero", comenta.

Rossi diz ter ficado feliz com o convite do amigo Jairo Pires para as gravações. Dono do selo Lança Disc, Jairo conheceu o cantor nordestino nos anos 1970, quando era diretor artístico da gravadora CBS no Rio de Janeiro.

"A CBS tinha um cast com nomes como o Roberto Carlos e eu era um novato. Mas Jairo me tratou de igual para igual. Nunca me esqueci disso", recorda.

Além disso, o pernambucano fica animado em colaborar com a nova geração de artistas como Vini e Gabriela.

"Tem que ter gente nova na área. Vida é renovação. Adorei os meninos e também dei alguns conselhos. Falei que a estrada ensina como ninguém", ressalta, com o sotaque característico.

Sobre ser brega ou não, o cantor afirma que, estereótipos à parte, o que vale é a sinceridade do artista, já que a arte "é um misto de ideias e de prazeres diferentes".

"Tem gente que adora o caviar, mas eu gosto mesmo de caranguejo e feijão com arroz", comenta.

Para Rossi, o tal sertanejo universitário comprova que o romantismo não tem cor, classe ou credo. E que o amor é "inerente ao ser humano".

"Quando o chifre dói, todo mundo é igual", filosofa.

Gosto eclético

Eclético, Rossi afirma que gosta de Mozart a Amado Baptista, passando por Andrea Bochelli, Odair José e Luis Gonzaga.

"Pra mim, não tem esse negócio de brega ou de chique. Música boa é aquela que você gosta de ouvir", afirma.

Porém, ao falar sobre seu ídolo supremo, Roberto Carlos, Reginaldo evoca o rótulo.

"Roberto é o bregueiro mais sabido que existe. Quem mais poderia cantar: ‘Por que me arrasto aos seus pés?’ sem parecer de mau gosto. Ele sabe falar direto ao coração das pessoas", argumenta o cantor, que atualmente promove o DVD "Cabaret do Rossi", com sucessos sertanejos como "Dama de Vermelho" e "Boate Azul’.

Fonte: http://eptv.globo.com/ribeiraopreto/variedades/NOT,2,2,377631,Reginaldo+Rossi+grava+com+dupla+sertaneja+em+Ribeirao+Preto.aspx

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