quarta-feira, 29 de julho de 2015

Diversidade cultural e enlace com a educação marcam o FIG 2015

Consolidado como um dos maiores festivais de arte e cultura do país, a 25ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns chega ao fim neste sábado, 25/7, deixando um legado de alegria, de valorização da cultura nacional, de reconhecimento aos patrimônios culturais de Pernambuco e de contribuição para a formação cultural da nossa gente.

Foram em torno de 400 ações culturais das mais diversas linguagens artísticas vivenciadas por um público estimado em 600 mil pessoas, que circularam por Garanhuns durante os dez dias de programação. Um público que lotou os 30 espetáculos de circo, teatro e dança. Que tomou praças, parques, ruas e até a feira livre para prestigiar 162 atrações de cultura popular e artesanato. Gente daqui e de outros estados brasileiros que conferiu 105 shows musicais, 20 exposições ou intervenções artísticas, 50 ações literárias, 24 sessões audiovisuais, além de 32 atividades de formação, como oficinas, seminário e rodas de diálogo.

O enlace Cultura & Educação, símbolo das primeiras edições do festival, foi resgatado como pilar da programação. A diretriz do Governo de Pernambuco de aproveitar o festival como uma oportunidade para contribuir com a formação integral da juventude tornou possível o desenvolvimento de ações que já marcam a história do FIG. É o caso das visitas que artistas como Silvério Pessoa, Fafá de Belém, Joanna, os integrantes do Quinteto Violado e a cantora Tiê fizeram a escolas de Garanhuns. Ou ainda da presença de 128 professores e gestores da cultura e da educação no seminário sobre o programa Mais Cultura Nas Escolas.


Quem viveu este festival de inverno teve a oportunidade de mergulhar em toda a riqueza da cultura pernambucana. De uma maneira especial, conhecer melhor e aplaudir os 12 patrimônios vivos do estado que enriqueceram a programação. Além de celebrar pelas ruas, em forma de cortejo, a titulação dos novos patrimônios culturais imateriais do Brasil: maracatu de baque solto, cavalo marinho e maracatu de baque virado.

Para o secretário de Cultura do Estado, Marcelino Granja, “ao completar 25 anos, o FIG repensou prioridades, apostou na novidade sem escantear a tradição e investiu em ações estratégicas, que apontam para a sustentabilidade do festival e para a própria renovação da cultura pernambucana”. Segundo a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, “foram dez dias de valorosas trocas culturais, de intensa circulação de artistas, formação de plateias e fomento à todas as cadeias produtivas da arte e da cultura do estado, além do estímulo à economia da região e ao turismo cultural”.

Em homenagem à garanhuense Luzilá Gonçalves, o FIG 2015 promoveu um roteiro com participação ativa da escritora, incluindo conversas com autores, bate-papos literários e o relançamento de um dos seus livros, o infantil “A cabra sonhadora”.

Nesta edição do festival, a poesia circulou por toda a cidade com os recitais de porta em porta do ‘A Gente da Palavra’. Pela primeira vez, os moradores de uma comunidade cigana em Iati assistiram a filmes pernambucanos integrantes da mostra ‘Cinema na Estrada’. Deficientes visuais vivenciaram uma apresentação acessível do espetáculo teatral “Quincas”. Mais de 3 mil pessoas aplaudiram de pé o musical ‘Gonzagão, A Lenda’. Muita gente vai lembrar pela vida toda de shows como os da roqueira Pitty, do cantor Lenine, de Fafá com Manoel e Felipe Cordeiro, da banda Calypso, da cantora Joanna, de Mariene de Castro, de Lucas e a Orquestra dos Prazeres, Flávio José e Pepeu Gomes no maior palco do festival. E, claro, do antológico show da maior banda de rap nacional, a Racionais MCs, que mandou seu recado contra o preconceito social para a praça lotada, em plena madrugada de segunda para a terça-feira.

Parcerias com o Serviço Social do Comércio e a Secretaria Estadual de Educação foram determinantes para o sucesso do festival, uma realização do Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e Fundarpe, e da Prefeitura de Garanhuns.

NÚMEROS DO FIG 2015

- Público total estimado em 600 mil pessoas ao longo dos 10 dias de programação

- Média de público de 45 mil pessoas por noite no maior palco do festival (Mestre Dominguinhos)

- Média de 40 mil pessoas circulando, por dia, pelo Parque Euclides Dourado (Artesanato, Palco Pop e Forró, Espaço dos Mamulengos e Pontos de Cultura, Espaço da Dança e do Teatro para a Infância)

- Palco da Cultura Popular: público médio de 2 mil pessoas por dia

- Público do Circo: 10.837 pessoas (até 24/7)

- Público do Teatro: 3.870 pessoas (até 24/7)

- Público do Espaço da Dança e do Teatro Para a Infância: 3.416 pessoas (até 24/7)

- Público da Casa Galeria Galpão, o polo das artes visuais, fotografia, design e moda: 2.550 pessoas

- Praça da Palavra: Mais de 13.500 pessoas visitaram o polo de literatura do festival. Volume de negócios em torno de R$ 18 mil, aumento de 60% em relação ao ano passado. O projeto ‘A Gente da Palavra’ atingiu 260 pessoas.

- Audiovisual: 3.200 pessoas assistiram às sessões no Cine Eldorado e 200 pessoas acompanharam as edições do projeto Cinema na Estrada, incluindo a sessão realizada na comunidade cigana de Iati.

- Pavilhão do Artesanato: Média de mil visitantes por dia, mais de R$ 40 mil em vendas, superando a edição anterior

- Palco Instrumental: público médio de 1.000 pessoas por noite de shows

- Música Erudita: público médio de 400 pessoas por dia de apresentações

- Formação Cultural: 515 pessoas participaram de oficinas promovidas pelo festival

- Casarão dos Pontos de Cultura: 13 pontos de cultura participantes

- Ações de Cultura & Educação: Mais de 450 pessoas (alunos, pais e professores) atingidas com as visitas de artistas às escolas. Além disso, 128 pessoas participaram do seminário “Mais Cultura nas Escolas”

- Povos Tradicionais: 600 pessoas de 6 comunidades quilombolas da região foram envolvidas nas ações de difusão e formação cultural do Polo Castainho

- Preservação Cultural: 50 crianças e adolescentes de comunidades quilombolas participaram de oficinas de educação patrimonial. Outras ações de patrimônio cultural envolveram um público de 1.200 pessoas.

DEPOIMENTOS

“Esse Festival de Inverno, além de ser uma grande homenagem pra mim, está sendo responsável por juntar as pontas da minha vida. Sempre que venho aqui, e hoje, principalmente, é como se fosse o reencontro do passado com o meu presente, as raízes que estão aqui e que todos trazem profundamente no coração. Agradeço a homenagem e a vocês que estão aqui para viver isso”. Luzilá Gonçalves

“Um acontecimento desse não é brincadeira. O Galo Preto, velho com quase 82 anos, cantando; E gente quase criança cantando junto e dançando. Isso é um presente”. Mestre Galo Preto

“Comemoramos aqui as bodas de prata desse importante festival, que é um merecimento de todos que o fizeram, mas, principalmente, do povo de Garanhuns, do Agreste, todo esse povo pernambucano. Pernambuco é, sem dúvida nenhuma, o estado mais rico em termos de expressões e culturais do nosso país. E esse festival contribui pra isso, para mantermos cada vez mais vivas nossas tradições e nossa cultura, e, principalmente, passar essa sentimento para as futuras gerações”. Governador Paulo Câmara

“O Festival de Inverno tem uma pitada de tudo, é a cara de Pernambuco: rico e diversificado”. Herbert Lucena

“Acho massa o FIG que junta bandas e grupos recentes com os das antigas, como Ave Sangria, que traz o som de uma geração que marca minha música. Essa mistura é muito boa pra todo mundo”. Graxa

“Eu acho um festival como este é muito salutar para criar conhecimento dessa diversidade do teatro no Brasil”. Miwa Anagizawa, atriz

“A comunidade escolar conquista um grande espaço com isso. Pois você aproximar cultura popular da escola pública é, sem dúvida, um grande avanço na área pedagógica, porque estimula o educador a trabalhar com esse elemento primordial e também oferece ao aluno essa questão da dualidade da cultura popular, que, apesar de nos remeter aos nossos antepassados, ela é algo contemporâneo, que está inserida no mundo globalizado”. Silvério Pessoa, sobre o Artista nas Escolas

“É uma honra pra qualquer artista subir neste palco. O FIG É um presente!”. Joelma, da banda Calypso

“A multiculturalidade do FIG está afinada com a multissonoridade do Quinteto Violado, desde a primeira edição do festival; e ficou mais evidente quando, lá nos primeiros anos, começou o Palco Instrumental que iniciou com a gente”. Marcelo Melo, do Quinteto Violado

“Vejo o Festival de Inverno como grande oportunidade para todos os artistas, porque vi muita gente de talento jogar a toalha e desistir por não ter uma chance como esta para mostrar seu trabalho. E a juventude gosta disso que toca aqui, gosta do que é bom, falta oportunidade pra ela ouvir música boa, como a que se escuta nesse festival”. Flávio José, cantor

“Admiro tudo que essa terra produz! Admiro Luiz Gonzaga! Luiz Gonzaga toca em São Paulo e toca em Pernambuco! Nós tocamos em Pernambuco e tocamos em São Paulo! É tudo música! E Pernambuco é muito mais, é Chico Science, é Lenine, Alceu Valença, é meu parceiro Zé Brown!”. Mano Brown, da Racionais MCs

“Esse show é uma celebração da música, que gera som, silêncio e tensão. Acho o FIG uma oportunidade pra gente viver as vanguardas e as tradições musicais, esse espaço aqui traduz isso”. Isadora Melo

“Essa conversa aqui é uma oportunidade de trocarmos nossa vivência com muitos jovens. A música transforma as pessoas e pode mudar para melhor vida deles que, futuramente, também podem contribuir para fazemos da cidade, dos pais – e até do mundo – um lugar melhor, como revolucionários do bem”. Marcelo Melo, do Quinteto Violado, sobre o Artistas nas Escolas

“Poucos lugares têm esse grau de regionalismo, dão essa dimensão à sua cultura. Por isso, é um prazer estar aqui, além de momentos como esses serem extremamente valiosos para nós, artistas, já que não temos esse tipo de contato pessoal no dia a dia. É uma oportunidade única para mim, também“. Joanna, sobre o Artistas nas Escolas

Nenhum comentário:

Postar um comentário