Livre da novela "Aquele Beijo", mais uma tentativa bem-intencionada do Miguel Falabella de emplacar às 19h, mas que não deu muito certo, o público parece estar rejeitando a proposta de "Cheias de Charme". Escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira (com supervisão de texto de Ricardo Linhares), a novidade ainda não emplacou e vem registrando índices não muito satisfatórios para a Rede Globo. Isso não significa que seja um fracasso, mas está longe de repetir aqueles números dos bons e velhos tempos. ******
Os fãs de artistas do naipe de Joelma, vocalista da banda Calypso, e Luan Santana, por exemplo, não estão gostando muito de ver seus ídolos serem retratados com muito bom humor pelos autores. Sim, caros leitores, o folhetim faz uma espécie de crítica a esses fenômenos bem populares da música brasileira. É como se estivessem tirando sarro dessas bobagens todas que infestam as emissoras de rádio, os programas de TV, a internet e os shows por aí. Um trabalho inteligente e sutil.
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Resultado: Mesmo com a direção caprichada de Allan Fiterman, Maria de Médicis e Natália Grimberg (direção geral de Carlos Araújo e direção de núcleo de Denise Saraceni), não colou até agora. Uma pena, porque "Cheias de Charme" é divertida, leve e tem uma sacada como poucas vezes se viu na TV.
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A nova novela tem tudo aquilo que "Aquele Beijo" tentou fazer e não conseguiu. Falabella, Flávio Marinho, Antônia Pellegrino e Luiz Carlos Goes queriam debochar dos clichês. Mas acabaram se rendendo a eles. Talvez, por isso, a telenovela também tenha patinado na audiência por um bom tempo. Nem a direção de Cininha de Paula e Roberto Talma conseguiu oferecer ao público um bom produto final.
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Se um dos grandes problemas de "Aquele Beijo" foi a escolha errada de uma das protagonistas (Grazi Massafera no papel de Lucena), "Cheias de Charme" não pode ser acusada de pecar por falta de talento. Taís Araújo, a Maria da Penha; Leandra Leal, como a Maria do Rosário; e Isabelle Drummond, interpretando a Cida, estão ótimas.
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Divulgação
Ótima: Cheia de sutilezas, Cláudia Abreu está fazendo uma Chayenne para ninguém botar defeito na novela das 19h
Fica difícil dizer quem está melhor na novela. Mas leva vantagem, por enquanto, Cláudia Abreu, que faz uma Chayenne para ninguém botar defeito. E a atriz ainda tem a vantagem de cantar, assim como a Leandra Leal. Melhor ainda: Cláudia não tem a voz de taquara rachada da Joelma, graças aos deuses. Outro que está muito bem é Ricardo Tozzi. O ator, que no teatro é um desastre total, vem se saindo muito bem em papel duplo - Inácio Paixão e Fabian Brunini.
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O elenco de "Cheias de Charme" é tão bom que nem dá para sentir saudades da Marília Pêra, sempre maravilhosa, até numa novela do Falabella. Ou da excelente Cláudia Jimenez, que nos divertiu horrores como a Mãe Iara. De quebra, sepulta de vez o insuportável Fiuk, que sempre interpretará o filho do Fábio Jr. em qualquer trabalho que ele faça.
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Outra vantagem de "Cheias de Charme" é que o telespectador ficou livre do Falabella, chatíssimo como o narrador de "Aquele Beijo". Um recurso que parecia interessante no início, mas que se tornou cansativo no decorrer da novela.
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Por fim, saiu a Xuxa do tema de abertura e entrou a Gaby Amarantos, a rainha do tecnobrega, cantando uma musiquinha chiclete que caiu como uma luva para a proposta de "Cheias de Charme". E fica a dica. Não se engane, a nova novela das 19h não faz divulgação gratuita dessas porcarias da MPB. É justamente o contrário.
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Terça-feira tem mais. Tchauzinho!
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