segunda-feira, 7 de maio de 2012

Entrevista com Allan Clistenes (ex - Cia. do Calypso)


Colinho de Papai é apresentada ao público pela CalypsoO cantor Allan Clístenes deu uma entrevista exclusiva ao Forró Dicumforça onde revela, sem cerimônia, o motivo que o levou a deixar a Companhia do Calypso. Segundo ele, a limitação do ritmo a voz masculina foi o principal motivo. "O que me levou a deixar a Companhia do Calypso foi um incomodo profissional meu próprio", afirma.
Para os que se apuderam de canções de outros artistas, Allan manda um recado. "Se me perguntassem, defina tudo isso em duas palavras, eu diria: INJUSTO, e EGOISMO".
Sobre a Colinho de Papai, seu novo projeto com o irmão Arley Christian, a expectativa são as melhores possíveis. "Estou junto com meu irmão nesse projeto de corpo e alma", conta Allan. Segundo ele, o primeiro show da banda será realizado no próximo dia 14, na festa da Pitomba em Jaboatão dos Guararapes-PE.
A festa contará também com Zé Ramalho, Cavaleiros do Forró, Petrucio Amorim, Cristina Amaral, Forró do Bom, entre outros. No último dia 07, o grupo fez sua primeira aparição em um show da Banda Calypso, em Gravatá-PE. Joelma, aproveitou e convidou a Colinho para participar de seu próximo DVD.
Veja o vídeo do Show.
Confira a entrevista
Forró Dicumforça - O que o levou a deixar a Companhia do Calypso?
Allan  - O que me levou a deixar a Companhia do Calypso foi um incomodo profissional meu próprio, já que eu estava no meu quinto ano na Banda. Ao meu ver, o rítmo limita muito a voz masculina. Eu estava decidido realmente a ficar até o fim do ano para seguir meu caminho músical em alguma banda que tivesse mais espaço profissional para a voz masculina, mas meus planos mudaram com a programação do DVD de 10 anos da banda, que estava sendo fechada para esse mês. Eu não acharia certo da minha parte gravar e depois me desligar da banda, já que é feito um grande investimento em um trabalho desse porte.
Bem, sei que vão perguntar assim: "SE ACHAVA QUE O RITMO LIMITAVA, PORQUE ENTROU MESMO ASSIM NA BANDA?? Na verdade sabia, mas sabe quando você acha que realmente as coisas podem mudar? Ou que algo diferente pode acontecer? Quero deixar claro também que não me desliguei da banda por problema algum com Ari Carvalho e nem por convite de nenhuma banda, na verdade durante esses anos que passei, cheguei a receber convites de algumas bandas do meio, mas não aceitei, pois meu pensamento era esse: que poderia mudar em algum momento, mas mesmo assim tenho um carinho muito grande pelo ritmo e realmente foi muito boa a experiência na banda, onde fiz muitos amigos e conquistei muitos fãs por todo esse Brasil.

Forró Dicumforça - Como se deu o convite para ingressar no projeto Colinho de Papai?

Allan  - Bem gente, após meu pedido de desligamento da banda, recebi alguns convites de bandas do Nordeste e já estava praticamente certo a minha ida para uma delas, mas após uma semana mais ou menos, meu irmão me chamou pra conversar e me falou: "Porque não voltamos a trabalhar juntos, já que viemos para Recife nesse propósito?" Esse convite realmente mexeu comigo e me emocionou bastante, pois sempre foi nossa luta e ao mesmo tempo nosso sonho, seguir juntos na música como meu pai Dangelo Sousa nos ensinou e nos guiou, desde pequenos. Então com muita felicidade resolvi aceitar o convite e retomar os sonhos que estavam guardados. sobre a Banda Colinho de Papai, ela entrou em estúdio em janeiro desse ano, tendo como frente meu irmão Arley Christian e produção músical de Marquinhos Maraial, mas sem muita pressa e pretenções, pois era um projeto que estava começando e meu irmão estava seguindo um projeto solo, na linha sertaneja. Durante as gravações foi tomando proporções maiores e na primeira semana de fevereiro, já estava entre as 10 mais tocadas nas principais rádios de Recife, como: 102 FM, Rádio Clube e Recife Fm, com o HIT " SÓ SE FOR GELADA " que é de composição do meu irmão Arley Christian e Marquinhos Maraial, mas a banda nem mesmo pronta estava, só tinha mesmo gravado o disco.
Forró Dicumforça - Você está junto com seu irmão nesse projeto. É a primeira vez que estão a frente de uma banda?
Allan - Estou junto com meu irmão nesse projeto de corpo e alma. Na verdade minha carreira músical com meu irmão começou bem cedo quando tínhamos mais ou menos 5 anos de idade, pois era o sonho do meu Pai seguir seus passos como cantor e músico, que nos ensinou as primeiras notas e começou a nos levar para as praças, restaurantes e programas do Rio de Janeiro. Então cantamos a vida inteira juntos e está sendo uma honra voltar a trabalhar com meu irmão que é um grande músico e excelente cantor e sei que todos já estão aos poucos conhecendo seu talento, e nada melhor que estar ao lado dele.
Forró Dicumforça - Com a banda formada, quais os projetos agora?
Allan - Bem, o nosso principal projeto agora é colocar a banda na estrada e entrar com divulgação total do nosso CD com nossos parceiros, para levar ao conhecimento de todos esse swing diferente e dançante do Colinho de Papai, que traz na maioria das faixas músicas autorais.
Forró Dicumforça - Existe muita diferença em cantar forró e calypso?
Allan - Cantar forró foi o que fiz minha vida inteira, mas cantei de tudo um pouco, pois era cantor da noite de barzinho e coisa e tal, então não tem muito mistério pra mim. Na verdade cantar Calypso foi um desafio, pois o ritmo é bem acelerado e precisa de uma desenvoltura maior na performance, pois envolve muito a dança e a representação nas músicas, mas creio que consegui chegar ao objetivo esperado com esses anos.
Forró Dicumforça  - A banda é nova, mas já está dando o que falar com as músicas sendo copiadas, como você vê isso?
Allan - Bem galera é o seguinte: eu cantei minha vida toda músicas de outros artistas, isso realmente é inevitável, pois os artistas que estão começando realmente precisam ter o que cantar. Imaginem se hoje uma pessoa em um barzinho não pudesse cantar uma música de outro artista e tivesse que cantar só de sua autoria, como seria? Ninguém escutaria esse cantor. A única coisa que não concordo é que aconteça o inverso: Uma banda, ou um cantor grande, nacional, com poder, que não precisa tanto, pegar a obra de um pequeno artista que está em busca de um dia ser grande também e conhecido por seu trabalho e por sua obra. Isso faz com que esse grande permaneça sempre grande, que não muda tanto na vida dele, pois ele já é grande, mas faz também com que esse pequeno nunca cresça e continue assim sempre pequeno. Meu irmão compôs essa música no fim do ano passado, juntamente com Marquinhos Maraial e gravou, como disse anteriormente, e hoje existem várias bandas tocando. Falando em nome do meu próprio irmão ele se sente honrado com isso, só que isso não fica assim. Existem bandas se apropriando da música, divulgando como donos e isso realmente nos deixa muito tristes e faz com que meu irmão se sinta lesado, já que nem ele mesmo pode ganhar com a música. Se me perguntassem, defina tudo isso em duas palavras, eu diria: INJUSTO, e EGOISMO.

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